O jantar era simples, mas tudo ali gritava intenção.
Luzes de velas sobre a mesa, um vinho tinto envelhecido descansando em taças de cristal, e a presença imponente de Lorenzo do outro lado da mesa, encarando Isadora como se ela fosse o único motivo para ele continuar respirando.
Ela desviava o olhar. Tentava se concentrar na massa bem servida, na trilha instrumental que preenchia o espaço, mas nada abafava o som do próprio coração descompassado.
— Você tem evitado dizer o que sente. — Lorenzo falou de repente, a voz baixa e firme — Mas não precisa de palavras quando o seu corpo todo me implora o contrário.
Isadora ergueu os olhos devagar. O brilho intenso nos olhos dele estava mais quente do que nunca. Era como se Lorenzo tivesse decidido que aquela noite mudaria tudo.
— Você quer me controlar com palavras bonitas agora? — ela rebateu, com sarcasmo frágil — Isso não muda nada, Lorenzo.
Ele sorriu de lado, inclinando-se para frente com os cotovelos sobre a mesa.
— Então me responde, Is