O som dos saltos de Isadora vibravam pela mansão como se fosse um aviso: ela estava no controle, ou ao menos queria acreditar que estava. O vestido vinho, colado ao corpo, com decote discreto e abertura lateral, a fazia se sentir poderosa, desejada e, acima de tudo, livre. Era uma reunião de networking com investidores e executivos influentes, e ela fazia questão de ir sozinha. Mostrar a todos, inclusive a Lorenzo, que sua presença não dependia da dele.
Lorenzo, sentado na sala com um livro em mãos que ele não lia de verdade, ergueu os olhos assim que ela desceu. O ar pareceu parar por alguns segundos. Os olhos verdes dele percorreram lentamente o corpo dela, subindo pelas pernas, parando na curva da cintura, repousando nos lábios pintados de vermelho escuro. Ele não disse nada. Mas a tensão nos maxilares, a postura mais ereta, o silêncio prolongado... tudo gritava uma coisa: ciúmes.
— Vou sair. — ela anunciou, pegando a bolsa.
— Sozinha? — A voz dele cortou o ambiente como uma faca a