O relógio no escritório marcava sete e vinte da manhã quando Lorenzo, de camisa branca arregaçada nos antebraços e olhar tempestuoso, empurrou a porta da sala de reuniões. Seus advogados já o esperavam, sentados, papéis abertos, laptops conectados. Ninguém ousou quebrar o silêncio até que ele se sentasse na ponta da mesa e depositasse uma pasta preta diante de si.

— Iniciem o processo criminal contra Marcelo Arthur, ex-noivo da minha namorada, agora mesmo. Por tentativa de feminicídio, assédio, perseguição, invasão de propriedade, e danos físicos e psicológicos irreparáveis. Usem tudo que temos… e o que ainda vamos descobrir.

Um dos sócios seniores, Becker, pigarreou.

— Sr. Salvatori, a mídia pode se envolver. Vai expor a senhorita Mancini.

— Ela é minha prioridade. E proteger a imagem dela significa dar visibilidade à verdade. — disse Lorenzo, seco — Nada de acordo, nada de silêncio comprado. Ele vai pagar por cada segundo de terror que causou.

Becker assentiu, tocando nas teclas do