A recepção do consultório era silenciosa e clara, com tons neutros e um aroma sutil de lavanda no ar. Isadora manteve as mãos unidas sobre o colo enquanto olhava para a porta de madeira branca diante de si. Ao seu lado, Lorenzo estava sentado em silêncio, mas inquieto. A perna balançava levemente, e seus olhos alternavam entre o rosto dela e o relógio de parede.
— Vai dar tudo certo, coelhinha. — ele disse, baixinho, tocando a mão dela com os dedos quentes — Eu vou estar aqui.
Isadora assentiu, mas o coração batia rápido. Era a primeira vez que entraria em uma sala para falar sobre o que doía. De verdade. E ainda que confiasse em Lorenzo, confiar em estranhos não era fácil.
Quando a terapeuta apareceu na porta, sorridente, Isadora respirou fundo e se levantou.
— Olá, Isadora. Sou a doutora Mireille. Pode entrar.
Ela apenas assentiu com a cabeça. Passos pequenos e hesitantes a levaram para dentro da sala, que era decorada como uma casa acolhedora, cheia de plantas e almofadas macias.
D