David Jones
A loja de bebê tinha cheiro de talco e promessas. Fileiras intermináveis de mantas, bichinhos com olhos gigantes, carrinhos que pareciam cápsulas espaciais e um corredor inteiro dedicado a chupetas que, honestamente, dariam inveja a qualquer designer de produto. Eliza entrou como se tivesse sido convidada para reinar ali. Foi direto para um móbile de nuvens, depois para uma girafa de tecido, depois para um body minúsculo com estampas de foguete.
“Vovó, olha esse!” Ela puxou Dona Maria pela mão, e a senhora foi, rindo, o passo cuidadoso, mas leve. “O Samuel vai gostar, né? É de nuvem de verdade.”
“De nuvem de mentira, mas a gente deixa ele acreditar o que quiser,” Dona Maria respondeu, com um brilho que eu não via nela desde antes do hospital. “Escolhe uma coisa