Capítulo 63 — Pequenas Mudanças, Grandes Ecos
Era manhã de segunda-feira e, pela primeira vez em muitos anos, Clara acordou sem o peso da obrigação. Não havia reuniões marcadas, prazos sufocantes ou e-mails urgentes. O despertador tocou por hábito, mas ela não se apressou em sair da cama. Ficou ali, observando o teto e escutando os sons suaves da cidade despertando do lado de fora.
O apartamento, antes silencioso demais, agora tinha uma energia diferente. Plantas ocupavam os cantos das janelas, livros se acumulavam de forma desordenada na sala e o aroma de café fresco parecia preencher cada espaço como um abraço. Clara havia transformado o lar em um reflexo de quem estava se tornando: mais humana, mais simples, mais presente.
Depois de seu ritual da manhã — um banho morno, uma xícara de café, e a leitura de um capítulo de algum livro inspirador — ela se sentou diante do computador para escrever mais uma crônica. Já não publicava todos os dias, mas quando o fazia, era com intenção. Sua