Os dias de Clara começaram a se misturar de uma forma tranquila, quase melancólica. A rotina de trabalho e escrita, agora uma constante em sua vida, trazia-lhe uma sensação de segurança. O blog estava crescendo, mas ela não se importava com a quantidade de acessos. O que a alimentava agora era o propósito por trás das palavras que escrevia, a sensação de estar criando algo verdadeiro. Ela não buscava aplausos ou reconhecimento, apenas a satisfação de saber que estava colocando seu coração naquilo.
Entretanto, a solidão ainda a visitava de vez em quando. Durante as tardes chuvosas, quando as ruas estavam vazias e o céu cinza parecia refletir seus próprios sentimentos, Clara se pegava pensando no que tinha deixado para trás. Ela sentia uma saudade incômoda de um tempo que parecia ser de outra pessoa, como se ela tivesse sido uma versão de si mesma que não conseguia mais reconhecer. As memórias de Diego, de seu sorriso e de como ele a fazia se sentir especial, ainda estavam muito vivas