Os dias que se seguiram foram como um mar revolto — intensos, imprevisíveis, e perigosamente profundos. Clara passava as manhãs respondendo a questionamentos da justiça, seus dias ocupados entre advogados e oficiais, e suas noites em silêncio absoluto, refletindo sobre os caminhos que a haviam levado até ali. A mansão Montenegro agora parecia uma gaiola dourada. Imensa, opulenta, mas vazia.
Gabriel não havia voltado para casa desde a prisão de Daniel. Sua ausência era um lembrete constante de tudo que estava em ruínas: o casamento, a confiança, a família. E, principalmente, o futuro.
Ela caminhava pelos corredores em busca de sentido, enquanto fotos antigas ainda pendiam das paredes — imagens de um tempo em que tudo parecia apenas uma fantasia