Clara estava sozinha na casa, sentada no sofá da enorme sala que agora parecia mais fria do que nunca. Havia uma taça de chá esquecida sobre a mesinha de vidro, e a TV ligada sem som transmitia um noticiário qualquer. Ela olhava para a tela sem enxergar nada. Seu corpo estava ali, mas sua mente… estava em colapso.
O telefone havia tocado há alguns minutos. Um número desconhecido. A voz do outro lado era formal, firme:
— Senhora Clara Montenegro? Aqui é da delegacia central. Precisamos que compareça imediatamente. Trata-se de um assunto relacionado ao senhor Daniel Montenegro.
O coração dela deu um pulo tão forte que parecia ter sido arrancado do peito.