O dia continuou a se arrastar, e Clara sentia como se o tempo estivesse se arrastando mais lentamente do que nunca. Cada minuto que passava parecia ser uma eternidade, e ela sabia que, ao final da tarde, teria que tomar uma decisão. Ela ainda não sabia como iria fazer isso, mas sabia que precisava dar um passo. Não podia mais ficar apenas em um estado de indecisão. Não sem consequências. O telefone de Clara tocou enquanto ela estava na varanda da casa, tentando pensar no que fazer a seguir. Era Gabriel. Ela hesitou por um momento antes de atender. — Oi, Clara — disse a voz dele do outro lado da linha, fria e controlada, mas com um toque de preocupação. — Como você está? Já tomou alguma decisão? A palavra "decisão" ecoou na mente de Clara como um lembrete cruel de que ela tinha que escolher entre sua família e seus próprios sentimentos. Mas ela não sabia como explicar isso para ele, ou pior ainda, como justificar suas incertezas. — Eu... ainda estou pensando — disse Clara, tentando
A noite havia caído quando Clara entrou no seu quarto, exausta física e emocionalmente. O peso da escolha que pairava sobre ela parecia ainda mais pesado no silêncio da escuridão. Ela fechou a porta com cuidado e se dirigiu para a janela, observando as luzes da cidade lá fora. Ela nunca imaginou que sua vida chegaria a esse ponto. A decisão estava diante dela, uma escolha que envolvia sua própria felicidade, sua família, seus princípios... e um homem que, de alguma forma, fazia seu coração bater mais forte. Mas, por mais que Rafael fosse uma presença reconfortante e verdadeira, a realidade de seu mundo, o mundo de Gabriel, de sua família e de seu dever para com eles, não a deixava em paz. Ela não podia simplesmente ignorar tudo o que estava em jogo. A sua própria vida, a de seus pais, a estabilidade que o casamento com Gabriel traria... mas, por outro lado, estava ali também o que ela sentia por Rafael, uma chama escondida que se recusava a se apagar. O celular de Clara vibrava na m
O relógio na parede parecia fazer os segundos passarem mais devagar. Clara sentia o peso do tempo, como se cada segundo que ela deixasse passar sem tomar uma decisão a empurrasse mais para o abismo de sua própria indecisão. Ela havia passado os últimos dias tentando processar tudo o que estava acontecendo, mas as escolhas que se impunham sobre ela pareciam apenas crescer em complexidade. Ela sabia que, de certa forma, sua vida já havia sido decidida para ela. O contrato com Gabriel era mais do que um simples acordo entre famílias, era uma maneira de manter a estabilidade de sua casa. Seu pai, cada vez mais afundado em dívidas, não tinha outra saída senão aceitar a ajuda de Gabriel, mesmo que isso significasse abrir mão de sua filha. Gabriel, com sua atitude calma e controlada, tinha sido implacável em sua proposta, afirmando que um casamento entre ele e Clara seria a salvação para a empresa e para a família. Mas o preço desse casamento era claro: Clara teria que dar a ele a sua vida,
A manhã seguinte chegou com um céu cinza e um ar denso de incerteza. Clara acordou antes do alarme, como se soubesse que aquele dia não seria como os outros. Ela sentia algo no ar, uma pressão que a envolvia desde o momento em que abriu os olhos. A decisão que ela havia adiado por tanto tempo parecia ter chegado, e ela não sabia como lidar com isso. Sentia-se presa em uma teia de expectativas, mentiras e promessas que nunca fez, mas que agora precisava cumprir. O dia começou com a rotina habitual, mas tudo parecia diferente. Ela tentou focar no que estava acontecendo ao seu redor, tentou se concentrar nas tarefas diárias, mas não conseguia afastar o pensamento sobre a conversa que teria mais tarde com Gabriel. O jantar de ontem havia sido apenas o começo de algo que ela sabia que não poderia evitar. O que quer que ele tivesse em mente, ela precisava descobrir, porque, no fundo, ela já sabia que estava se afastando de sua própria verdade. Clara desceu as escadas e encontrou sua mãe n
A noite havia caído quando Clara voltou para casa. As luzes da cidade brilhavam através da janela do carro, mas nada parecia trazer conforto. O que havia acontecido naquele restaurante ainda estava fresco em sua mente, a tensão com Gabriel, o peso de suas palavras que a perseguiam, e a pressão crescente sobre suas escolhas. Ela estava perdida em seus pensamentos, e o vazio no peito parecia ser o único companheiro constante.Quando entrou em casa, os sons familiares a receberam. A cozinha estava iluminada, e sua mãe ainda estava lá, mexendo em algo no fogão. Seus irmãos estavam na sala, rindo e conversando sobre algo trivial. Tudo parecia tão... normal. Como se nada tivesse mudado. Mas Clara sabia que sua
Clara acordou no dia seguinte com a sensação de que algo havia mudado. A noite de reflexão havia sido longa e cheia de questionamentos. Ela sabia que tinha que tomar uma decisão, mas o peso dessa escolha parecia insuportável. O que ela queria para o futuro? A segurança que Gabriel oferecia? Ou a possibilidade de algo genuíno com Daniel, ainda que fosse um caminho incerto?Ela se levantou, observando os raios de sol que entravam pela janela, iluminando o quarto com uma luz suave. Era um novo dia, e o dilema persistia. Clara se sentia dividida, como se estivesse presa entre duas realidades. A responsabilidade que vinha com o casamento, a expectativa de seus pais, e o peso da dívida que estava sendo paga com a sua liberd
A tarde caiu preguiçosa, trazendo com ela um clima frio e cinzento que parecia refletir exatamente o que Clara sentia por dentro. Ela passou horas andando em círculos no quarto, evitando olhar para o celular, evitando pensar demais. Mas pensar era tudo o que conseguia fazer. Os passos no corredor foram os únicos a trazê-la de volta à realidade.— Clara? — Era sua mãe. — O jantar vai ser um pouco mais cedo hoje. Gabriel virá.O nom
A noite caiu com um silêncio estranho, como se o mundo ao redor tivesse parado para observar Clara desmoronar por dentro. Sentada na beira da cama, os olhos fixos na parede opaca do quarto, ela sentia a pulsação no pescoço como um tambor descompassado. A conversa com Gabriel ecoava na mente, cada palavra como uma lâmina.Ela não sabia se sentia alívio ou medo. Gabriel sabia. E embora ele não tivesse gritado ou ameaçado, sua última frase carregava uma força silenciosa que doía mais do que se ele tivesse partido algo contra a parede.Último capítulo