Enzo fitou Norah com expressão séria, embora em seu íntimo houvesse evidente perturbação. Diversas indagações lhe atravessavam o espírito. Jamais uma mulher o havia desestabilizado tanto quanto Chelsea. E, por mais que houvesse declarado explicitamente a Norah que entre eles nada mais havia de permanecer, parecia que ela não compreendia, ou, quem sabe, recusava-se deliberadamente a compreender.
— As chaves — pediu ele, erguendo levemente as mãos, o olhar firme e intransigente que Norah conhecia bem demais. Após um breve silêncio, completou, com um tom mais casual e direto:
— Tá chovendo pra caramba lá fora. Fica por aqui hoje. Vou pedir pra empregada arrumar um quarto pra você.
Sem lhe conceder tempo para protestos, virou-se e se retirou, caminhando em direção ao próprio quarto com a serenidade de quem já havia tomado sua decisão.
Norah, com os olhos marejados, sentiu o coração apertar. A voz saiu trêmula, quase num sussurro carregado de dor:
— Por quê? Por quê, Enzo? Eu sempre t