Uma semana após o nascimento de Lúcia, a casa na Vitória operava em um estado de belo e sonolento caos. A rotina era ditada pelos ritmos de uma recém-nascida e pelas demandas energéticas de um menino de quase três anos. E, em meio a tudo isso, pairava a excitação da grande exposição em São Paulo, que abriria em poucos dias.
A manhã da viagem foi uma comédia de erros e de amor. Helena, que um dia comandara um bloco de mármore de dez toneladas, agora se via em uma batalha estratégica com uma mala de bebê que se recusava a fechar. Dante, o homem que orquestrara uma aquisição corporativa hostil, foi derrotado por uma cadeirinha de carro, cujas instruções pareciam ter sido escritas em uma língua alienígena.
— Tem certeza de que estamos levando o suficiente? — perguntou Dante, olhando para a montanha de fraldas, brinquedos e equipamentos que se acumulava na sala de estar. — Talvez eu devesse ligar e comprar uma loja de bebê em São Paulo, só para garantir.
Helena riu, finalmente conseguindo