68. Uma Conchinha Involuntária
Acordo com algo pesado sobre a cintura. Abro os olhos devagar, meio confusa, até perceber onde estou. E com quem.
Em algum momento, durante as poucas horas que consegui dormir, Ettore e eu cruzamos a linha imaginária que dividia a cama.
Agora, estou envolvida numa conchinha involuntária, com o braço dele segurando minha cintura como se fosse a coisa mais natural do mundo.
É estranho como, mesmo após anos, nossos corpos ainda se encaixam tão bem.
— Preciso fazer xixi — murmuro baixinho, quase com medo de me mexer e acordá-lo.
Parte de mim quer continuar aqui, fingindo que nada mudou. Que ainda somos nós. Mas a outra parte… bom, ela precisa desesperadamente de um banheiro.
Com cuidado, tiro o braço dele da minha cintura e escorrego para fora da cama. Em pé, olho para o relógio: 6h10. Ainda tenho tempo para um banho rápido antes que ele acorde.
Praticamente corro para o banheiro e, quando fecho a porta, finalmente consigo respirar.
— Enfim, livre — resmungo, tirando a calça de s