65. Um Péssimo Mentiroso
“Ettore Bianchi”
Sofia se vira, assustada com nossa reação. Seu olhar alterna entre mim e Liz, surpresa com o tom urgente da nossa voz.
— O que foi? — pergunta, franzindo as sobrancelhas. — Aconteceu alguma coisa?
Respiro fundo, tentando me recompor rapidamente, enquanto Liz congela ao meu lado, os olhos arregalados como um cervo diante dos faróis de um carro.
— Nada, Nonna — respondo, forçando um sorriso tranquilo. — Só não quero que se preocupe com essas coisas. Por que não fica aqui com a Liz? Eu mesmo peço para a Adeline cuidar das suas malas.
Ela me encara com aquele olhar que conheço muito bem.
O mesmo olhar desconfiado que lançou quando quebrei um vaso veneziano e tentei convencê-la de que havia sido o cachorro.
— Você? — questiona, arqueando uma sobrancelha. — Desde quando se preocupa com isso, Ettore?
— Só não quero que se canse à toa — insisto, mantendo o sorriso.
Minha avó olha de mim para Liz, depois novamente para mim.
Por um momento agonizante, penso que ela v