147. Posso Te Amar Sem Culpa

Quando entramos em casa, sinto como se estivesse voltando de uma longa viagem.

Tudo parece igual, os mesmos móveis, as mesmas decorações, o mesmo cheiro familiar… mas algo fundamental mudou.

Eu mudei.

— Como está se sentindo? — Ettore pergunta, largando as chaves na mesinha da entrada.

— Aliviada — respondo, virando para encará-lo. — Cansada, mas aliviada.

— Quer comer alguma coisa? Tenho certeza de que você não jantou.

— Não jantei. Mas primeiro… preciso de um banho — digo, indo em direção à escada. — Estou com cheiro de hospital.

— Boa ideia — ele responde, já se virando. — Vou esquentar o jantar enquanto isso.

— Amore mio — chamo, e ele para no mesmo instante. — Vem comigo?

— Para o banho?

— Sim — confirmo, já desabotoando a blusa. — Preciso de ajuda com isso.

Seus olhos escurecem imediatamente, acompanhando cada movimento meu.

— Piccola, você passou por muito estresse hoje e…

— E agora descobri que posso te amar sem culpa — interrompo, jogando a blusa nele com um sor
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