119. Completamente Improvável
As palavras do médico ecoam na minha cabeça como se ele tivesse acabado de falar em mandarim.
Por um segundo, só consigo pensar em três coisas:
1. Preciso sentar.
2. Preciso de uma bebida.
3. Preciso sentar com uma bebida.
Mas não faço nada disso. Fico ali parado, encarando o médico como se ele tivesse acabado de me dizer que minha mulher é um pinguim disfarçado.
Eu sei o que ele disse. Só não tenho certeza se ouvi direito.
Liz está pálida, me olhando como se esperasse minha reação para decidir se desmaia de novo ou não.
Um bebê.
Nosso bebê.
— Tem certeza? — pergunto. A voz sai firme, mas minha alma continua fora do corpo.
— Sim. Sua esposa está grávida de aproximadamente cinco semanas — o médico responde, claramente se divertindo com a nossa reação. — Os enjoos, a tontura, o desmaio… A gravidez explica os sintomas dos últimos dias.
Cinco semanas. Faço os cálculos rápidos na cabeça. O jantar na casa do Alessandro. Nossa primeira noite juntos após o casamento.
— Mas… — com