11. Sinceridade Repentina
Dou as costas para Chiara, determinada a encontrar Ettore e finalmente contar a verdade que guardei por tanto tempo.
Mas, quando minha mão toca a maçaneta da porta, a voz dela me detém.
— Vai mesmo contar para ele? — pergunta num tom baixo, quase casual. — Parece que você está se esquecendo do que assinou, não é?
Congelo com suas palavras. Meus dedos ainda seguram a maçaneta enquanto viro lentamente para encará-la.
A dúvida ainda brilha em seus olhos, mas é o sorriso que ela esboça que faz meu estômago revirar.
— O acordo de confidencialidade — murmuro, sentindo a raiva e o desespero subirem juntos.
Ela sabe mais do que imaginei. Sabe do contrato que assinei. E também sabe da multa absurda que eu teria que pagar se quebrasse o silêncio.
Um valor que eu, claramente, não tenho. Ou não estaria prestes a me casar com Ettore como última alternativa.
— Ao menos sua memória continua boa — diz, com um sorrisinho venenoso.
Chiara percebe minha hesitação e, com toda sua arrogância, se