“Lorenzo Villani”

Chego em casa pouco depois das três da manhã, ainda sentindo o gosto de Aurora nos lábios e a frustração queimando nas veias como ácido.

Tiziano está na sala, mexendo no notebook com uma taça de vinho ao lado, como se fosse a coisa mais normal do mundo estar acordado a essa hora.

— E então? Noite produtiva? — pergunta, sem levantar os olhos da tela. Mas o sorriso irônico dele é inconfundível.

— Vai se foder, Tiziano — resmungo, me jogando na poltrona ao lado dele.

— Pelo seu humor, imagino que tenha sido o oposto do que imaginei — comenta, finalmente me encarando. — O que aconteceu? A principessa te rejeitou?

— O irmão dela apareceu bêbado. Na casa dela — explico, passando a mão pelos cabelos. — No pior momento possível.

Tiziano solta uma gargalhada alta, quase derrubando o vinho.

— Sério? — pergunta, se deliciando com a minha situação. — Pietro, o moleque? Que momento perfeito…

— Não tem graça, porra — murmuro, me levantando para pegar uma bebida. — Estava