Forninho de afeto (II)

Peguei o pintinho amarelo, sentindo sua maciez, como se fosse um algodão aquecido pelo sol, com a penugem absurdamente fofa, como se eu estivesse acariciando uma bolinha de energia pura. O corpinho era tão leve e eu duvidava que pesasse mais de 30 gramas. Parecia que desmancharia entre os dedos, mas ao mesmo tempo senti a firmeza da vida pulsando debaixo daquela camada fofa.

- Ele tem um calor que lembra pão saído do forno. – Sorri, afagando-o com minha bochecha.

- É como um forninho de afeto. E por isto estou lhe dando. Sei que Cheshire não pode ser substituído... Mas ainda terá a sensação de aconchego com este pintinho, que certamente será como se enrolar num cobertor felpudo.

- Obrigada, Nona!

Ela me deu um beijo na testa:

- Sinto muito pela sua perda, minha querida. Mas já é tarde e sua mãe irá se preocupar com você. Precisa ir p

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