Ele me soltou devagar, mas ainda com aquele olhar cheio de desejo. Sentamos à mesa, e entre goles de café e pequenas mordidas no pão quentinho, a conversa fluiu com naturalidade. Falávamos sobre o dia que cada um teria pela frente, e mesmo sabendo que seria corrido e exaustivo para os dois, estávamos completamente distraídos um no outro.
Era como se o mundo tivesse parado só para que pudéssemos aproveitar aqueles minutos juntos. Eu observava cada detalhe dele: o jeito que levava a xícara aos lábios, o brilho intenso dos olhos quando me encarava, até mesmo a forma como sorria, como se estivesse guardando um segredo.
Percebi que Alessandro estava diferente naquela manhã. Mais intenso. Mais presente. E quando largou o celular de vez e segurou minha mão sobre a mesa, entendi que havia algo a mais por trás daquele silêncio pensativo.
— Cristina... — ele começou, a voz firme, mas com uma doçura que me desarmava. — Eu sei que hoje será um dia cheio para nós dois, mas queria te pedir