O quarto estava em meia penumbra, iluminado apenas pela luz suave do abajur. Alessandro permanecia sentado ao lado de Cristina, segurando sua mão como se nunca fosse soltar. O beijo ainda ecoava entre eles, mas havia algo preso na garganta dela que precisava sair.
— Alessandro... — começou, com a voz baixa, quase um sussurro. — Quando eu estava em coma, eu não ouvia tudo claramente... mas sentia. E, por muitas vezes, eu pensei que não voltaria.
Ele a olhou com atenção, os olhos fixos nos dela, sem interromper.
— Eu tinha medo de não ter mais tempo... — continuou Cristina, com lágrimas descendo pelo rosto. — Medo de não dizer o quanto eu te amo, medo de não poder abraçar meus pais, minha irmã, meus amigos. Era como se eu estivesse presa entre a vida e a morte, e a morte me chamasse o tempo todo.
A mão de Alessandro tremeu levemente, mas ele a apertou com mais firmeza, trazendo-a para a realidade.
— Mas você venceu, Cris. Você voltou. Você está aqui comigo, agora. — sua voz saiu carrega