Naquele dia, Fábio entrou cedo no orfanato, mais uma vez com seu disfarce impecável de novo funcionário. O sorriso gentil e a postura tranquila escondiam a tensão que carregava. Ele sabia que cada passo precisava ser calculado.
Durante a manhã, enquanto ajudava a organizar o material de limpeza nos corredores e nos dormitórios, percebeu novamente os quartos trancados que havia notado anteriormente. O choro abafado da criança soava ainda em sua mente. Agora, ele estava determinado a descobrir o que realmente se escondia atrás dessas portas.
Ele esperou um momento em que a supervisora estava ocupada em outra ala e se aproximou de um dos quartos trancados. Fingindo checar a porta, testou discretamente a fechadura e, para sua surpresa, ela cedeu com um leve clique. O coração disparou, mas ele manteve a calma.
Ao abrir a porta lentamente, encontrou uma cena chocante: crianças pequenas, algumas menores que dez anos, sentadas no chão, roupas simples demais, olhar assustado, braços cruzado