Sofia caminhava de um lado para o outro na sala de estar, as mãos inquietas torcendo o pano de prato que havia trazido da cozinha sem perceber. O céu, já encoberto, deixava o ambiente mais sombrio, e aquele aperto em seu peito só aumentava.
— Sofia, senta um pouco. — Augusto pediu, preocupado, observando a esposa com a mala pequena ao lado da porta. Ele havia preparado tudo, caso fosse necessário levá-la ao hospital. — Você está pálida, isso não me parece apenas ansiedade.
Ela suspirou fundo, os olhos marejados.
— Não é físico, Augusto… é como se algo me dissesse que alguma coisa ruim está prestes a acontecer. Não sei explicar… mas sinto que envolve nossa filha.
O marido a abraçou com firmeza, tentando transmitir segurança.
— Você sempre teve uma intuição forte, mas não podemos deixar o medo tomar conta. Vamos ligar para a Cristina, só para ter certeza de que está tudo bem.
Sofia não hesitou. Pegou o celular com as mãos trêmulas e discou o número da filha. Assim que Cristina atendeu,