O apartamento ainda guardava o silêncio pesado da madrugada quando Jhonas se jogou contra o sofá. O corpo doía como se cada músculo tivesse lutado uma batalha própria. A jaqueta úmida estava largada sobre a cadeira, as botas ainda respingavam água no chão de madeira, e o cheiro de pólvora parecia ter se infiltrado até em sua pele.
Ele fechou os olhos, mas a imagem do coração vermelho que Cloe lhe enviara insistia em permanecer ali, queimando dentro de si mais do que qualquer clarão de explosão. Aquela simplicidade tinha atravessado a noite mais escura, como um farol que ele não esperava encontrar.
O celular repousava sobre a mesa de centro. Uma pequena luz piscava, indicando que ela já havia lido a resposta dele. Nenhuma nova mensagem. Jhonas respirou fundo, apoiando os cotovelos nos joelhos, e se permitiu algo raro: um sorriso cansado.
— O que você está fazendo comigo, Cloe? — murmurou para si mesmo, quase sem perceber.
A estrada deserta parecia não ter fim. O ronco da moto ecoava so