CINDERELA
Lucas não estava blefando. Ele me deixou de molho dois dias, e agora vejo o mesmo número que usou antes me ligando. O infeliz nem se preocupa em esconder o número.
Olho na direção do banheiro, onde Henry está no banho, depois de eu me recusar a entrar com ele, e ter trancado quando me banhei primeiro.
— Alô! — atendo na segunda vez que liga. A primeira chamou até cair.
— Pensei que a princesinha ia dar uma de esperta. Pega a visão[1], Cindy, o papo é reto, quero um milhão na minha conta todo dia primeiro.
Um milhão todo mês? Só pode estar louco.
— E os seus irmãos? Eles sabem disso? — Aposto que sim, e que também vão querer dinheiro se eu entrar nessa de ser chantageada.
— Cuido das minhas coisas, eles cuidam das deles. O papo é entre nós.
— E se eu não fizer isso?
— É bom que se esconda bem, querida Cindy, porque o titio vai te pegar. O titio vai te pegar daquele jeito, lembra? Saudades de brincar com a pequena Cindy e de foder essa boceta magra.
Fecho os olhos com força co