CINDERELA
Quando acordo estou em uma sala suja, cheirando a podre. É difícil conter a vontade de vomitar. Me lembro vagamente do que aconteceu no carro. Aquele maldito motorista. Ele nos traiu.
A minha cabeça dói. A acertaram. Me lembro da dor e de apagar.
Tento levar a mão até o foco da dor, mas elas não se movem, estão amarradas.
Vejo que não sou a única na sala. Há três outras cadeiras na minha frente com outras três pessoas amarradas. Conheço cada uma delas. É o motorista, Nate e Drizella. E Deus, o que aconteceu com ela? Está tão magra e abatida.
Todos eles estão desmaiados. Eu espero que esteja só desmaiados.
Olho ao redor.
É a sala da casa de Lady Tedesco. Está parecendo abandonada. Na verdade, parece um lixão, com coisas e comidas jogadas para todo lado. O sofá que a Lady adorava está manchado e rasgado.
O que houve aqui?
Marcelo entra na sala assobiando, usando seu uniforme da polícia tão sujo e rasgado quanto as coisas nessa sala.
Ele me ignora e vai até os três. Pega uma ja