PONTO DE VISTA DE TRENTO que esse desgraçado pensa que está fazendo?Ele mal pisa no meu clube e já se sente no direito de encostar na minha mulher como se ela fosse um brinde da comemoração? Elise é minha. Minha. E ver aquele filho da puta colocar as mãos nela faz algo dentro de mim se romper.Eu quase avanço. Meus punhos cerram com tanta força que ouço meus ossos estalarem. Minha mandíbula está dura, e o calor sobe pelo meu pescoço como uma maldita labareda pronta pra consumir tudo.Mas Grave — sempre um passo à frente — percebe. Ele estica o braço discretamente e segura o meu, firme, o bastante pra me lembrar de onde estamos. No meu território. E no meu território eu ajo com cabeça, não com impulso… por mais que o desejo de arrancar os olhos de Simon esteja gritando em mim.Elise tenta se soltar do colo dele. Posso ver o desconforto em cada músculo do corpo dela. A tensão no maxilar, a forma como ela aperta o tecido do próprio vestido como se aquilo fosse impedir que ele a segura
PONTO DE VISTA DE TRENTEu ainda sentia o gosto amargo da raiva na boca depois daquele encontro com Simon. Meu sangue fervia só de pensar naquele desgraçado tentando tocar na Elise de novo.Segurei firme a mão dela e a levei direto para a sala de reuniões do clube. Não era o plano original contar para os caras agora. Mas depois daquela merda, não dava mais pra adiar. Algo precisava ser feito.Uma das leis mais importantes dos Ceifadores é que, se escolhemos uma mulher para ser nossa senhora, ela precisa ser uma de nós. Precisa carregar a lealdade no sangue, viver esse mundo. Não é só sobre amor — é sobre compromisso com todos nós. E mesmo eu sendo o líder, nem eu posso quebrar essas regras sem consequências.Entrei na sala com Elise e, um a um, meus irmãos foram ocupando seus lugares na mesa.Cain, o responsável pela segurança do clube, estava sempre em alerta, sempre desconfiado. Seu olhar afiado caiu direto sobre Elise assim que ela se sentou ao meu lado. Ele arqueou uma sobrancelha
Naquela noite, Trent me levou de volta ao meu apartamento.O caminho foi silencioso, mas não desconfortável. Era um silêncio carregado, denso, como se cada minuto juntos ainda estivesse impregnado de tudo o que tínhamos vivido nas últimas horas.Assim que entramos, fui para meu quarto colocar um pijama em seguida fui direto para a cozinha. Preparei uma tigela generosa de pipoca e joguei uma manta sobre o sofá. Precisava de algo simples. Familiar.Trent apareceu minutos depois de sair do banheiro, já sem as botas de combate, com a expressão cansada, mas surpreendentemente leve. Ele se jogou no sofá ao meu lado, passou o braço por cima do encosto e me encarou com um sorriso de canto.“Você parece um marshmallow”, disse ele, arqueando uma sobrancelha. “Um marshmallow bem sexy.”Soltei uma risada baixa e empurrei a tigela na direção dele.“Come. Vai te fazer bem, engraçadinho.”Ele pegou alguns grãos, mastigou devagar e então fez uma careta exagerada.“Você não tem comida de verdade, não?
Trent me colocou de volta no chão com cuidado, ainda com aquele sorriso meio bobo no rosto — o tipo de sorriso que fazia meu peito derreter. "Que tal aquele macarrão agora?" ele disse, os olhos brilhando com diversão.Ri do jeito fofo como ele estava me olhando, todo largado com sua camiseta preta meio amassada e as tatuagens à mostra nos braços, contrastando com sua expressão quase doce."Você vai se apaixonar mais ainda quando provar meu molho especial", brinquei, pegando a panela no armário.Trent chegou por trás, beijou minha bochecha e murmurou perto do meu ouvido:"Já sou completamente seu, Amor."Sorri, mas então ouvimos batidas na porta."Eu vejo quem é enquanto você cozinha", disse ele, me dando outro beijo e caminhando descalço pelo apartamento.Abri a massa, mexendo os ingredientes, quando ouvi outra voz."Que cheiro bom é esse?" Grave entrou com aquele jeito despreocupado, jogando as chaves no balcão."Elise tá cozinhando pra mim", respondeu Trent por cima do ombro, com um
A luz suave da manhã invadia o quarto pelas frestas da cortina quando meus olhos se abriram. Por um segundo, achei que ainda estivesse sonhando. A lembrança da noite passada estava fresca na minha mente — a pele quente de Trent, o som calmo da sua respiração, a forma como ele me envolveu nos braços, me fazendo sentir segura como nunca.Mas, ao me virar, percebi que ele não estava mais ali.Me sentei na cama e vi um bilhete sobre a mesinha de cabeceira, escrito com a caligrafia firme e apressada que eu começava a conhecer."Precisei sair cedo. Grave vai te buscar pra te levar até o clube. Quero que você conheça o que também faz parte de mim. — Trent."Um sorriso bobo escapou dos meus lábios. Aquele homem realmente sabia como bagunçar minha cabeça.Levantei, ainda com o corpo relaxado pelos detalhes da noite anterior — o jeito como ele me tomou no balcão da cozinha ainda estava gravado na minha pele. Sorri sozinha ao entrar no cômodo.Minha cozinha era estilo americana, pequena e simple
Grave me guiou até o salão que ficava na entrada do clube. O espaço era amplo, mas naquele momento havia apenas alguns Ceifadores espalhados pelos sofás e o homem do bar — o mesmo que havia servido as bebidas na noite da festa."Esse aqui é o coração do clube durante o dia", Grave disse, apontando ao redor com um movimento preguiçoso da mão. "É onde a maioria dos encontros começa."Meus olhos passaram pelas paredes escuras, o cheiro familiar de couro, cigarro e café pairando no ar."Maggie é a senhora do Cain", ele continuou, me guiando até um canto mais reservado. "Ceylan é a senhora do Doc. Por enquanto, são as únicas mulheres oficialmente ligadas ao clube. Cada uma tem um papel essencial na rotina por aqui.""Tipo o quê?", perguntei, interessada."Organizam a cozinha, a faxina, mantêm tudo funcionando quando os caras tão na estrada ou ocupados com... os negócios do clube." Grave me lançou um olhar que dizia mais do que ele verbalizou.Assenti, absorvendo tudo. A ficha começava a ca
Eu ainda conversava com Maggie e Ceylan quando Grave surgiu na porta da cozinha, parecendo apressado."Loira?" chamou, atraindo minha atenção. "Iron acabou de voltar."Meu estômago deu um salto. Sem perder tempo, segui Grave pelo corredor até a entrada do clube.Foi então que o vi.Trent estava no bar, pedindo uma bebida casualmente, como se fosse um dia qualquer. Mas à medida que me aproximei, o mundo ao meu redor pareceu desacelerar — suas roupas estavam cobertas de sangue seco, havia manchas no couro do seu colete, e a barra da calça parecia encharcada.Antes que eu pudesse reagir, uma das portas ao lado se abriu e um homem mais velho, de uns sessenta anos, apareceu carregando uma mala médica. Ele atravessou o salão com passos apressados até Trent.Eu parei, paralisada a poucos metros deles, sentindo o coração martelar no peito. Foi só então que percebi o corte profundo na lateral da cabeça de Trent, bem na linha do couro cabeludo. Seu rosto, parcialmente coberto de sangue, era um
Nossas roupas estavam espalhadas pelo chão como se tivessem sido arrancadas com pressa — e talvez tivessem mesmo.Trent se deitou entre minhas pernas, os olhos fixos nos meus com uma fome crua que me fez tremer.Seus lábios capturaram os meus em um beijo desesperado e suave ao mesmo tempo.Era como se ele quisesse devorar cada pedaço de mim, mas ao mesmo tempo saborear tudo devagar.Sua língua pediu passagem contra a minha boca, e eu cedi de imediato, gemendo baixinho quando nossas línguas começaram a lutar entre si.Ele, claro, dominou a batalha sem esforço, e quando se afastou, nossas respirações estavam entrelaçadas, quentes e ofegantes.Sem aviso, senti um dedo seu deslizar dentro de mim, arrancando outro gemido dos meus lábios."Você já está toda molhada pra mim, Elise," Trent murmurou com a voz rouca, seu hálito quente contra minha pele.Antes que eu pudesse responder, ele introduziu um segundo dedo, e seus movimentos precisos começaram a me levar à beira da loucura.Seus dedos