Ele ficou parado, com o corpo rígido. Depois caminhou até mim devagar, os olhos carregando um peso que me atingiu como um soco.
"Não é sobre você, Elise."
A voz dele quebrou um pouco no fim.
"É sobre mim. Sobre o que ele fez comigo."
Ele respirou fundo.
"Meu pai."
Minha raiva se desfez. Desabou em mim como um castelo de cartas.
Sem pensar, dei um passo à frente e o abracei. Meu peito contra o dele, meu coração tentando alcançar o dele. Segurei o rosto marcado dele entre as mãos e obriguei-o a me olhar.
"Eu nunca vou te trair, Trent. Eu nunca te abandonaria também, como ele fez com você."
Firmei os dedos contra suas bochechas.
"Nunca."
Ele fechou os olhos. Os braços fortes se apertaram ao meu redor com força. Como se tivesse medo de me soltar. Como se, por um segundo, eu fosse o único ponto seguro em meio à escuridão onde ele vivia.
***
Trent havia saído. Sem uma palavra, minutos depois. Sem um destino.