PONTO DE VISTA DE ELISE
A luz branca do teto piscava de leve quando meus olhos se abriram. O cheiro de hospital era forte, estéril, sufocante. Pisquei algumas vezes, confusa, sentindo o corpo pesado e a cabeça latejando. Estava deitada em uma cama, com lençóis ásperos e uma máquina apitando em ritmo constante ao meu lado. Um tubo saía do meu braço. Soro. Estava presa a um soro.
Minha garganta parecia ter sido lixada por dentro. Engoli em seco, mas não adiantou. Quase sem voz, murmurei:
"Água..."
Darrion estava ali. Sentado numa cadeira encostada na parede, com os cotovelos nos joelhos e as mãos entrelaçadas. Seu rosto mostrava preocupação, e seus olhos estavam vermelhos, como se não piscassem há horas. Quando me ouviu, ele levantou num salto.
"Você acordou", sussurrou, com alívio escorrendo em cada palavra.
Ele pegou um copo com água sobre a pequena mesinha ao lado da cama e o levou até meus lábios com cuidado. Eu bebi devagar, cada gole queimando de leve ao passar pela garganta resse