Minha mão aperta ainda mais a arma.
"Quem é?" minha voz sai mais firme do que eu esperava. Tensa, mas não frágil.
Silêncio.
Mais uma batida. Dessa vez, duas.
"Eu perguntei quem é!" repito, mais alto, o coração socando meu peito.
Do outro lado da porta, finalmente, uma voz rouca responde:
"Eu vim em paz, moça. Só quero conversar."
Engulo seco. A voz não me é familiar. Masculina. Cansada. Mas tranquila demais pra um estranho.
"Conversar com quem?" pergunto, firme, sem abrir.
"Com o Trent. Eu sabia que o encontraria aqui"
Estreito os olhos.
"Ele não tá. Vai embora."
Silêncio de novo.
Puxei lentamente a cortina da porta da frente, o coração disparado e a respiração presa na garganta. Meus olhos focaram no homem que estava parado na varanda. Ele era alto, ombros largos, a pele bronzeada pelo sol e o cabelo loiro puxado para trás com um toque de pomada. Usava um terno caro, bem cortado, que não combinava nem um pouco com o cenário rústico da casa no meio do nada.
Engoli em seco.
Merda.
Ele