Parte 102...
Domenico
Na manhã seguinte...
Fechei a porta do meu escritório com o ombro e me escorei um instante, respirando fundo. Carlo estava na poltrona perto da estante, girando uma moeda nos dedos. Aquilo era um mau sinal, ele só fazia isso quando pressentia que vinha merda.
— Finalmente vai me contar por que tem andado mais calado do que de costume? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Fui até a mesa, servi dois dedos de uísque em cada copo e empurrei um pra ele.
— Arturo.
— Hum... Sei... - ele pegou o copo, mas não bebeu. — Pietro cuidou dele?
— Quase. - dei um gole. — Eu só pedi uma coisa.
— Que coisa?
Sentei na cadeira, cruzei as mãos sobre o vidro frio da mesa.
— Um ferro em brasa. A palavra “TRAIDOR”. Que ficasse marcado no rosto dele, para todos verem.
Carlo me encarou em silêncio. E, por um momento, eu achei que ele ia dizer que eu fui longe demais.
— E Pietro permitiu?
— Disse que era justo. Arturo vai ser banido. Vão mandá-lo pra uma das propriedades remotas na