O amanhecer chegou sem cor.
As nuvens cobriam o céu como um luto silencioso, e o frio parecia arrastar a noite para dentro da fortaleza. O portão principal se abriu com pressa, deixando passar dois guardas que carregavam Darian nos braços.
Selena vinha logo atrás, com Eleonora ao lado. Seus olhos não paravam de mirar a entrada, como se esperasse que o inimigo voltasse correndo atrás deles.
Mas tudo estava em silêncio.
Um silêncio pesado… desconfiado.
— Preparem a ala de cura — ordenou Eleonora, com a voz firme. — E isolem o perímetro. Se essa armadilha veio de dentro, estamos vulneráveis.
Ninguém questionou.
Nem ousaria.
Selena caminhou até o quarto de Darian, onde o corpo dele foi depositado com cuidado. Ele ainda respirava, mas fraco. O ferimento havia sido profundo demais, e o sangue... parecia mais escuro do que o normal.
— Eles usaram prata — sussurrou Eleonora. — Queriam matar.
Selena cerrou os punhos.
O corpo dela ainda doía da transformação. Cada músculo latejava, cada osso pa