Reencontrei Matheus na porta do hospital, justo quando eu tinha acabado de entregar a comida da vovó.
Ao ver aquela silhueta familiar, minha primeira reação foi virar as costas e sair andando.
Mas ele já tinha me visto — e correu atrás sem pensar duas vezes.
Ele parecia outro homem. Nos últimos meses, aparentemente não descansou direito — o rosto abatido, os olhos fundos, havia anos que eu não o via assim.
— Rafa, você faz ideia de quanto tempo eu passei te procurando?
Ele me segurou pelo pulso, os dentes cerrados de raiva.
— O Thiago é bom mesmo em esconder as coisas. Te escondeu tão bem que eu achei que nunca mais fosse te ver na vida!
Suspirei. Senti uma dorzinha de cabeça se formando.
— Matheus… entre a gente, não tem mais o que ser dito.
Mas ele insistiu, irritado:
— Como assim, não tem? Você me deve uma explicação! Por que você está com o Thiago? Por que me traiu? Eu não fui bom o bastante pra você?
Aquilo me deu vontade de rir. Sério.
“Bom” o bastante?
Tudo que ele me fez nesses