O tempo que o avião permaneceu no ar foi exatamente o tempo que Roberto passou dormindo.
Carolina não sabia se ele estava apenas constrangido por causa dos “três minutos de escuridão” da decolagem ou se, de fato, tinha medo de voar.
De qualquer forma, ele dormia com um conforto invejável, numa posição nada discreta: a cabeça apoiada no ombro dela, a mão segurando a dela e o corpo inclinado, como se quisesse se pendurar completamente sobre ela.
Se aquela posição não fosse intencional, então era no mínimo suspeita.
Carolina não pôde evitar lembrar da noite anterior, quando haviam dividido a mesma cama. Será que ele dormira assim também?
Infelizmente, ela acabara pegando no sono e não fazia ideia de como ele realmente dormia.
Quando o avião pousou, Roberto reagiu da mesma forma que na decolagem. Só que, dessa vez, foi ele quem se inclinou na direção dela.
— Você tem medo de voar? — Carolina preferiu não adivinhar nem interpretar, foi direta na pergunta.
— Tenho… É uma fobia. — A resposta