A dor, como lâmina afiada cortando a ela o coração, fez Carolina prender a respiração.
Ela soltou a mão que Roberto segurava e girou o corpo, caminhando até Matheus.
Sem hesitar, acertou-lhe um tapa no rosto.
Tremia. Tremiam também seus olhos ao fitá-lo.
— Matheus, você é desprezível.
Matheus olhou para a mão dela, ainda suja com o sangue dele.
Ele sabia, sabia muito bem que o que fizera era sujo, baixo.
Mas, na sua mente, não havia outra saída. Era a única forma de impedir que ela se casasse com Roberto.
E, se conseguisse impedi-la, acreditava que encontraria um jeito de tê-la de volta.
O semblante até então inabalável de Roberto se cobriu, sem aviso, por uma espessa sombra de fúria.
A tensão no ar se tornou quase palpável, como se um redemoinho silencioso tivesse se formado.
Todos os presentes prenderam o fôlego. Afinal, ele era o herdeiro altivo da família Santos, um homem de quem até os cães se afastavam instintivamente.
E, naquele dia, havia sido publicamente insultado.
Ninguém al