Após a partida de Helena para o quarto de hóspedes, o silêncio recaiu sobre a casa. Leonardo estava visivelmente tenso, o maxilar travado e os olhos fixos na porta por onde a tia havia desaparecido.
Isabela tocou em seu braço.
— Você está bem?
— Não gosto de jogar com ela. Helena sempre esconde cartas na manga.
Eles não tiveram tempo para prolongar o assunto. Beatriz surgiu discretamente no corredor, pedindo que Isabela a acompanhasse até a sala de música. Leonardo permaneceu na biblioteca, atendendo uma ligação do advogado da família.
A sala era ampla, decorada com móveis antigos e tapetes orientais. Um piano de cauda dominava o centro, e quadros com fotos em preto e branco pendiam nas paredes. Beatriz parecia nervosa, mas sua postura era serena. Quando fechou a porta, Isabela entendeu que o assunto era sério.
— Sente-se — pediu com gentileza. — Há coisas que você precisa saber sobre Helena e o testamento da família Vasconcellos.
Isabela obedeceu, em silêncio.
Beatriz respirou fundo