O dia seguinte amanheceu cinzento, com o céu encoberto e uma chuva fina que caía sem pressa. Isabela passou boa parte da manhã trancada na biblioteca da mansão, tentando se concentrar em um livro qualquer, mas sua mente estava longe.
Desde o jantar com Úrsula, algo dentro dela estava inquieto. Não sabia se era o olhar avaliador da tia-avó, a fala direta demais... ou a maneira como Leonardo a fitou depois. Como se a enxergasse de verdade.
Essa ideia era perigosa.
Por isso, decidiu sair. Precisava de ar, de movimento, de silêncio que não gritasse tanto.
— Vou até o centro da cidade — avisou à Olívia, pegando um casaco. — Preciso respirar algo que não seja perfume de flor cara.
— Está chovendo... — alertou a governanta, preocupada.
— Nada que um guarda-chuva não resolva.
As ruas estavam movimentadas apesar do clima. Isabela caminhava sem rumo, entrando em lojas pequenas, observando vitrines, ouvindo fragmentos de conversas alheias. Tentava, em vão, desconectar-se da realidade que agora v