O avião pousou em Montserra em uma tarde nublada, com o céu pintado em tons de cinza e um vento frio soprando com intensidade. Era como se a cidade estivesse antecipando o retorno deles, já ciente de que o furacão chamado verdade estava prestes a se espalhar.
Isabela encarou a janela escurecida do carro enquanto deixavam o aeroporto. Durante os dias na Itália, sentiu-se reviver. Mas agora, ao voltar para o lugar onde tudo desmoronou, a ansiedade voltava como um velho conhecido, sorrindo de canto de boca e sussurrando dúvidas.
Leonardo notou o silêncio dela e pousou a mão sobre a sua.
— Eu estou com você — disse, firme. — Ninguém vai te tocar. Não mais.
Ela assentiu, respirando fundo.
— Eu sei. Só… Eu preciso encarar tudo isso agora. Preciso falar com meu pai. Com a imprensa. E talvez até com o Thiago.
— Você não deve nada ao Thiago.
— Talvez não, mas eu mereço a paz de olhar pra ele e dizer: eu sobrevivi.
A mansão dos Vasconcellos estava mais movimentada do que de costume. A presença