Christian Müller –
A mala errada já não estava mais em minhas mãos, mas o peso da dúvida continuava me esmagando.
Me afastei da porta, fechei os olhos por um instante e tentei ignorar o martelar da minha pulsação.
Aquela voz... Não poderia ser ela. Era impossível, ela estava...Morta?
Afrouxei a gravata de novo, como se precisasse desesperadamente de ar.
Meu peito subia e descia em um ritmo descontrolado, e eu odiava isso. Odiava que um simples engano, um detalhe ridículo, tivesse sido o suficiente para me arrancar de anos de controle impecável.
A voz dela não deveria estar ali. Mas estava.
Caminhei até a janela, observando a cidade abaixo, luzes cintilantes espalhadas em um mosaico vibrante. Delaware não significava nada para mim até agora.
Um destino escolhido por conveniência, por negócios, mas naquele instante, parecia que o universo ria de mim, como se tivesse me arrastado para esse lugar com um propósito cruel.
Meu celular vibrou na mesa de cabeceira, arrancando-me do torpor. Qua