Christian Müller-
Saí do quarto sem dizer uma palavra, minha mão ainda segurando a dela.
Não olhei para trás, não soltei, não hesitei. O corredor frio e estéril do hospital parecia estreitar ao nosso redor, mas minha mente estava longe dali.
Meu filho.
Nathan me chamou de pai; aquela sensação era única.
Ainda estava processando aquilo. Ainda sentia o impacto daquelas palavras reverberando dentro de mim, desarmando cada camada de raiva e frieza que eu ergui nos últimos dias.
Quando chegamos ao fim do corredor, parei. Soltei Laura com cuidado, sem encará-la de imediato. Meu olhar ficou preso na parede à frente, minha mandíbula tensa, meus punhos cerrados ao lado do corpo.
— Ele é incrível. – Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.
Laura não respondeu de imediato.
— Sim. — Ela murmurou. — Ele é.
Virei lentamente o rosto para ela. Pela primeira vez, não havia ódio no meu olhar. Nem fúria. Nem ressentimento.
Só exaustão. E algo que eu não conseguia explicar.
— Ele… — Respirei fundo,