Nathaniel
O silêncio sempre foi um refúgio para mim. Mas agora, era uma prisão. Cada batida do relógio ecoava como uma acusação, lembrando-me do vazio que deixei crescer dentro de casa, dentro de mim. Todos haviam escolhido o lado dela, como se minha dor fosse invisível. Ninguém acreditou em mim, mas eu tinha as provas, as que Juca tive coragem de mostrar a ninguém. Eu preferia que ela estivesse sozinha cuidando dos seus filhos do que presa, eu a amava demais mesmo que ela tivesse feito o que fez.
Achei que poderia voltar a viver na escuridão. Mas é difícil voltar quando já se está habituado a viver em um mundo vivo e cheio de cor. Num mundo em que, ela a mulher que jurei amar até o fim, havia desaparecido Sumido do mapa como se a terra a tivesse engolido.
Às vezes eu me perguntava: se eu tivesse confiado, se eu tivesse segurado sua mão, ela ainda estaria aqui?
Talvez todos estivessem certos e eu não?
Mas logo a raiva vinha, amarga, dizendo que eu não era o culpado, que tinha motiv