CAPÍTULO BÔNUS - LUÍSA
Eu entrei no carro como se estivesse fugindo de um incêndio.
Bati a porta com força demais, joguei a bolsa no banco do passageiro e fiquei ali, parada, encarando o volante como se ele tivesse alguma resposta moral para a humilhação histórica que eu acabei de protagonizar.
Silêncio.
Aí veio.
— AAAAARGH! — bati a testa no volante. Uma vez. Duas. Três. — SUA IDIOTA, LUÍSA!
A quarta foi mais fraca, porque doeu. A quinta foi acompanhada de um soluço patético que eu preferi ignorar.
Eu, Luísa, mulher adulta, independente, bem-sucedida, dona de um ego do tamanho de um apartamento de cobertura… tinha acabado de tocar a campainha do homem que eu achava que ainda girava em torno do meu dedo mínimo.
Vestida. De. Coelhinha.
Coelhinha.
Eu fechei os olhos com força, sentindo o rosto queimar.
A imagem voltou inteira, cruel, em HD, ainda por cima - a porta abrindo, o sorriso ensaiado congelando no meu rosto, a cara de espanto da mulher — bonita, claro, porque o univer