CAPÍTULO BÔNUS - VLAD
Acordei cedo demais para alguém que tinha ido dormir tarde, mas, curiosamente, despertei com um humor impecável. O tipo de humor que não combina com ressaca emocional, que não pede café forte nem silêncio absoluto. Abri os olhos e fiquei alguns segundos encarando o teto, sentindo um prazer quase indecente se espalhar pelo peito.
Luísa.
A imagem dela vestida de coelhinha voltou inteira, sem pedir licença, como um trailer em looping. Não a fantasia em si — embora aquilo tivesse sido… memorável — mas o olhar. A quebra. O momento exato em que o pedestal dela rachou e, pela primeira vez, eu vi a mulher por trás da armadura.
E, pela primeira vez também, não fui eu o homem de joelhos.
Sorri de canto.
Levantei da cama com calma, sem pressa nenhuma, atravessando o quarto amplo enquanto alongava os ombros. O apartamento ainda estava silencioso, banhado pela luz tímida da manhã. Fui até o banheiro, lavei o rosto, encarei meu reflexo no espelho e ri baixo.
— Quem diria