A tarde na fazenda Sun Valley escorria lenta, quente e preguiçosa, como mel sobre pão de milho. O sol dourado banhava os campos com uma luz suave, quase cinematográfica, enquanto os cavalos trotavam distantes sob a sombra de algumas árvores retorcidas. O som ritmado dos cascos no solo, o murmúrio constante do vento passando pelas copas e os gritos espaçados dos peões no campo compunham uma melodia típica dos dias comuns de trabalho.
Mas naquele instante, o que menos havia ali era normalidade.
O ronco grave de um motor importado cortou o silêncio da tarde como um trovão repentino no meio do céu azul.
Taylor estava na varanda, vestindo uma camisa quadriculada com as mangas dobradas, calça jeans surrada e botas já cobertas pela poeira da manhã. Ele tomava café em sua caneca favorita, a que dizia “Melhor fazendeiro do mundo”, quando ouviu o som inconfundível de pneus de perfil baixo avançando sobre a terra batida. Ele ergueu os olhos, franzindo a testa contra a claridade, e cerrou os olho