Lila saiu com passos firmes em direção ao jardim, os saltos ecoando contra o piso de mármore como marteladas contidas em meio à suavidade ensaiada daquela noite. A postura era ereta, o queixo erguido como se desdenhasse do mundo inteiro, mas por dentro, o coração batia descompassado, dilacerando as paredes do orgulho. A mansão Montgomery continuava ressoando murmúrios e brindes, mas ela precisava escapar. Respirar. Recuperar o controle que havia escorregado por entre os dedos como vinho derramado.
Ao atravessar a porta de vidro, foi recebida pelo aroma doce e etéreo do jardim. Lavanda, jasmim e a brisa noturna envolveram-na como um véu invisível. A escuridão parecia respirar à sua volta, macia e acolhedora, iluminada apenas por discretas luzes embutidas entre arbustos esculpidos e esculturas de má