Henrique voltou seu olhar para Barbara. A mão dela ainda estava entrelaçada na sua. Ele levou os dedos dela até os lábios, depositando um beijo suave. A cada respiração rasa que ela emitia, uma pontada de culpa o atingia. Se ele não tivesse saido do quarto e falado aquelas palavras dizendo que iria sair para pensar e talvez não voltaria, nada disso teria acontecido com Barbara. A Verdade dura e cruel pesava no seu pensamento.
A porta se abriu e Sandra entrou, trazendo uma bandeja com uma refeição. Colocou a bandeja sobre o criado-mudo e sentou-se na poltrona próxima à cama.
— Coma um pouco, Henrique. Você precisa se manter forte.
Ele lançou um olhar para a bandeja, sem muita convicção. Aos seus olhos, a comida parecia não ter sabor, a ideia de se alimentar enquanto Barbara permanecia inconsciente lhe causava náuseas. Mas, por Sandra, forçou-se a comer algumas colheradas e bebeu um pouco de suco.
O silêncio no quarto era quebrado apenas pelo som da respiração de Barbara e pelo