26

Galinhas e Gafes

O sol da manhã se espalhava preguiçoso sobre a fazenda, aquecendo o chão úmido de orvalho e fazendo o ar cheirar a terra fresca e feno.

Eu segurava o balde de ração com ambas as mãos, tentando parecer confiante, embora já sentisse que aquilo terminaria mal.

À minha frente, o pequeno galinheiro fervilhava de penas e cacarejos, e atrás de mim, Henry observava de braços cruzados, sorriso contido, aquele olhar de quem já previa o desastre.

Laura, com seus dois aninhos e o cabelo bagunçado, corria com seus passos curtos e perninhas bambas ao redor do cercado, gargalhando alto.

— Cocó! Cocó! Gritava, apontando para as galinhas que fugiam dela em desespero.

— Laura, devagar, amor . Pedi, rindo.

—Elas vão achar que você é um furação.

— Lau-ra có-có! Respondeu, rindo mais ainda, tropeçando nos próprios pezinhos.

Henry se aproximou, e sua sombra cobriu parte do chão à minha frente.

— Vamos lá, Letícia. Disse ele, a voz carregada de provocação.

— Não é ciência de foguete. Só
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