Um Dia de Tempestade
Acordei com o som da chuva batendo forte no telhado de madeira da casa de caça.
O cheiro de terra molhada invadia o quarto, misturado ao aroma suave do café que Henry já havia preparado.
Laura estava enrolada no cobertor, respirando devagar, e a cena me fez sorrir.
Apesar da tempestade que se formava lá fora, havia algo de acolhedor naquele espaço rústico, quase mágico.
— Bom dia, Letícia. A voz de Henry atravessou o silêncio.
Ele estava na cozinha, camisa de flanela grudada pelo calor do fogo, cabelos ainda úmidos por causa da umidade da manhã.
— Hoje será um dia…
—Interessante.
— Interessante como? Perguntei, tentando soar firme, mas sentindo meu estômago dar um nó.
— Bom, você vai aprender a lidar com a tempestade enquanto tenta não destruir a cozinha.
— Ele sorriu, arqueando uma sobrancelha.
— E se conseguir manter a calma, talvez até aprenda a apreciar o campo mesmo sob chuva.
Levantei-me devagar, sentindo o frio da madeira nos pés e o cheiro úmido