O vento bateu contra as vidraças. As enormes árvores se chocaram, fazendo um barulho sinistro. Lady Dorothea não era mulher de se assustar facilmente, mas, naquela noite, sentia frio em todo o corpo.
Acabara de ter um pesadelo. Viu o corpo de Eleanor atirado sobre o concreto frio e, logo após, os olhos da moça a encaravam.
A senhora pousou a mão sobre o peito, tentando se acalmar. Era adulta. E nunca temera nada. Não seria um pesadelo que lhe colocaria qualquer sentimento. Nem de medo... Nem de culpa.
Puxou as cobertas e se levantou. O quarto ainda estava iluminado por um resto de vela. Andou de um lado para o outro, pegou um livro, sentou-se na cama, tentou ler.
Foi então que ouviu um choro. No começo, parecia um lamurio, mas logo ela percebeu que era um pranto feminino.
— Quem está aí? – Perguntou.
Nenhuma resposta.
O choro acalmou tão de repente quanto havia começado. Então, fez-se ouvir o som de passos. O barulho da caminhada cessou quando estava à frente da porta do quarto da sen