Allan Hatton fechou o sobretudo, demonstrando que estava com frio. Fazia apenas um dia que saíra da cama, onde convalescia, e já enfrentara uma maratona que incluía o velório e o enterro da mãe de Ian. Passou a língua pelos lábios e sentiu-os ressecados. Se a febre voltasse, poderia ter problemas.
Virando-se em direção ao homem que sentava em uma poltrona imponente na enorme sala, indagou:
— Tem certeza do que me disse, La Tere?
O médico Brian de La Tere levantou os olhos e encarou o jovem advogado, que estava visivelmente impaciente.
— Absoluta.
Os olhos de Allan, então, deixaram o doutor e foram até a porta. Quase como se adivinhasse que o aguardavam, Ian abriu a porta, acompanhado pela esposa, e entrou.
— Ian! – O loiro exclamou. – Precisamos conversar!
Junto do marido, Mairi levantou uma das mãos, pousando-a no peito do amigo.
— Allan, em outra hora, por favor. Acabamos de enterrar lady Dorothea.
— Mas é urgente...
— Não, Allan! – Mairi disse, enérgica. – Agora não! Ian precisa de